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"Dos vinhos aos campos de lavanda, das vielas charmosas às telas de Cézanne, há mil razões para querer largar tudo e viver na Provence, o charmoso pedaço da França rural."
O prazer na Provence vem das pequenas coisas da vida: escolher a comida nas feiras, consumir pães artesanais, comprar vinhos diretamente nas vinhas, temperar salada fresca com azeite caseiro, andar por cenários bucólicos, apreciar os perfumados campos de lavanda e girassol. E fazer tudo isso num tempo particular, sem pressa. Andar entre as pequenas estradas do Luberon sem destino, sendo levado apenas pelo espírito sensível de quem aprecia a natureza e as coisas simples e fantásticas da vida. Colher uvas, maças e cerejas ainda com o frescor da manhã. Fazer uma almoço tipicamente provençal com as delícias compradas na feira e com um bom vinho. Parar no meio da estrada, frente a uma montanha magestosa, fechar os olhos, e sentir o calor do sol no rosto e a brisa perfumada que deixa na nossa memória, para sempre, recordações deste lugar.
Avignon: Sede da Igreja Católica entre 1309 e 1377, foi praticamente construída pelos papas. A cidade já tinha belas construções e se transformou numa das mais lindas da França desde então. Seu conjunto arquitetônico medieval mereceu o título de Patrimônio da Humanidade da Unesco. O complexo une uma muralha robusta que circunda todo o centro histórico, uma ponte graciosa, mais uma catedral, um castelo-museu e o Palais des Papes, o maior palácio de estilo gótico de toda a Europa.
Brincar de conto de fadas em Les Baux-de-Provence: Esta é uma cidade fábula, famosa por ser a corte do amor na Idade Média. Imagine um maciço rochoso de paredes íngremes, plantado sozinho no meio de uma imensa planície verde. Lá no alto fica um platô com um supercastelo e vielas de conto de fadas. Em Les-Baux moravam os duques mais poderosos do sul da França no século 11. Eles dominavam quase uma centena de cidades ao redor. Hoje, visitando o castelo, ainda se pode ver as catapultas, as armaduras dos cavaleiros, os canhões de guerra. Les-Baux foi uma cidade fantasma por 300 anos, e hoje tem menos de 50 habitantes.
Apt: Sábado de manhã é o dia para estar em Apt, no mercado que toma as ruas do centro. Desde 1504, é onde os moradores vão comprar aspargos ou trufas negras, entre outras especiarias. Quase 200 barracas colorem o entorno da Place de La Bouquerie, vendendo de frutas cristalizadas até cerâmicas e livros. Apt sozinha produz 20% de toda a lavanda da França. Entre junho e julho os campos florescem, e até agosto acontece a colheita e a destilagem, que transforma as flores em essências.
Châteauneuf-du-Pape: Cidada de que possui uma das melhores "apelações" da vinicultura provençal. Châteauneuf, além de ser uma cidade cheia de charme, encravada nas montanhas, abriga as ruínas do que foi o castelo onde os antigos Papas passavam os veraneios na época do Papado em Avignon.
Saint Rémy: Ruas que exalam aroma de alecrim, tem um filho ilustre (Nostradamus), tem ruínas romanas notáveis e até foi imortalizada em telas de Van Gogh. E tem chocolates do Joel Durand. Amargos e temperados com pimenta, jasmim ou curry, além da combinação divina com tomilho, eles são o resultado da ousadia e da reputação de duas décadas do chocolatier radicado na cidade.
Fontaine-de-Vaucluse: Nas águas tranquilas, cor de esmeralda está esta aldeia medieval, escondida em um pequeno vale. Sua profunda beleza inspirou secularmente poetas, entre eles Petrarca. Este pequeno povoado acolhe um fenômeno natural singular na França. Há uma fonte em um sistema cavernoso cheio de água. Muitos estudiosos tentaram determinar a profundidade, mas fracassaram. A última vez que tentaram foi em 1985 chegando a 318 metros.
Gordes: Situado a 40 km a Este de Avignon e a 100 km de Marselha, a vila "encarrapitada" de Gordes aparece, após um desvio da sinuosa estrada, bordada de altos muros em pedra seca. Pendurado do lado meridional do Monte de Vaucluse frente à montanha do Luberon, este município de 2,000 habitantes detém um excepcional e genuíno património. Casas trogloditas, habitações sobrepostas no flanco da falésia, pequenos jardins em terraços, inúmeras "calades" (palavra provençal para designar ruelas pavimentadas de pedras talhadas) e arcadas caracterizam o núcleo antigo. Atualmente classificada como uma das mais belas vilas da França.
Aix-en-Provence: Foi a capital dos duques e barões do condado da Provence, no século 12. Foi lá que Paul Cézanne nasceu, em 1839, e pintou as 87 versões de sua Montagne Sainte-Victoire. Hoje, é uma cidade de elegância aristocrática, de passado preservado. O epicentro de Aix é o Cours Mirabeau, antigamente uma muralha, depois uma avenida para carruagens, hoje um bulevar "chique" rodeado por plátanos. A partir de Aix mergulhe no mundo da pintura através da Rute de Cézanne, onde se pode conhecer seu ateliê ( local onde permanceu até sua morte em 1904), e apreciar a paisagem que foi sua incansável inspiração.
Abaixo as fotos em forma de video. Se durante a transmissão ele parar, espere carregar uns segundinhos. Beijos a todos e boa viagem virtual à Provence.
OBS: Confesso que enquanto fazia esta postagem sentia cheiro de lavanda e erva de provence... Memória olfativa, sentido que nos faz permanecer em um lugar mesmo estando muito longe dali.
Jardim de Luxemburgo
Para completar a viagem tivemos a companhia deste casal maravilhoso...
Montmartre: bairro boêmio
Basílica de Sacré Coueur
Jantamos neste restaurante que fica em Montmartre. O Alfeu disse que só entramos, pois estavam tocando piano, e melhor, estavam tocando Edith Piaf que eu amo! Não me contive e fiz um video. Acho que o pianista gostou...
